A nossa história

Era uma vez uma dupla, unida pela sua ligação ao design. Quis a história que se encontrassem nos anos 90 na cidade das Caldas da Rainha e aqui viessem a moldar uma vida ligada à cerâmica. Em 2013 ousaram dar forma a uma marca que pudesse dignificar todo o legado histórico pelo qual se encantaram, renovando-o com novas linguagens, assim nasce o Laboratório d´Estórias pelos corações nas mãos da Rute Rosa e do Sérgio Vieira, os narradores desta estória.

Na costa Oeste de Portugal – as Caldas da Rainha – ocupa um território de importante tradição cerâmica (um dos polos nacionais) com solos ricos em argila e é a partir daqui, que notáveis técnicas e movimentos cerâmicos foram iniciados.

A origem desta nossa história leva-nos ao início do séc. XIX, mais concretamente entre 1820-1853, onde surge Maria dos Cacos, uma ceramista que viria a tornar-se na primeira de uma longa tradição de barristas e oleiros caldenses. Manuel Mafra, o introdutor da cerâmica naturalista nas Caldas, faz coexistir nas suas peças românticas a tradição com as correntes estéticas internacionais e Rafael Bordalo Pinheiro, o multifacetado artista que marcou indelevelmente o território cerâmico caldense. Muitas páginas, décadas e virado o século até, a cerâmica caldense conheceu diversos capítulos: a proliferação de ateliers oficinas e exímios mestres ceramistas; a internacionalização de um saber fazer faustoso e rico em detalhes; da industrialização do fabrico de loiça até ao encerrar de várias fábricas e oficinas nas Caldas, as técnicas ancestrais ameaçavam ficar para sempre esquecidas na memória de um país.

Os métodos antigos da cerâmica com as suas importantes técnicas de pintura do final do séc. XIX e inícios do séc. XX e a vasta tradição de técnica manual das Caldas da Rainha foram e são a principal razão de existir das nossas peças, que à semelhança de qualquer personagem, se mesclam diariamente com outras relevantes técnicas nacionais dando forma aos materiais numa portugalidade que cuida do seu legado. Não estranhe, portanto, se a nossa faiança for levada ao colo pelo latão fundido a partir de molde de areia do norte do país ou se a vir encostada a um pedaço de madeira de oliveira, cuidadosamente esculpida com a sabedoria do vagar alentejano. Tem dias em que saem elegantemente à rua vestidas da mais fina porcelana do norte e agasalhadas pelo tradicional burel da Serra da Estrela, somos tudo e somos tanto, em cada peça muitas pequenas estórias.

A impressão digital presente no Laboratório d´Estórias procura incorporar na nossa prática de design, uma articulação da tecnologia digital com os processos de fabrico tradicionais, numa lógica de complementaridade e estudo de protótipos funcionais durante o processo criativo, potenciando novas possibilidades cerâmicas.

Os cruzamentos das várias criatividades fazem parte do dia-a-dia de cada peça criada. Elas podem surgir pelo virar de página de um livro, como pela conversa de circunstância com um ilustrador que na sua arte traça novos caminhos visuais. E refletem fragmentos da vida de criativos, escritores, designers, técnicos e artesãos que nelas vitrificam um pouco do belo de que são feitos, impulsionando-nos a continuar a dar destino a esta história cerâmica das Caldas.

E chegada a altura de um anunciado fim da estória – onde cada nova peça vive por si, escolhendo uma família e uma casa – é neste momento que sorrimos ao saber que ela ainda agora começou.

Laboratório d´Estórias – A história como destino.

Descubra as Coleções
Cada peça criada no nosso laboratório conta simultaneamente estórias de um passado e de um futuro que compõem a tradição cerâmica das Caldas da Rainha e a reinterpretam à luz de novos cruzamentos de técnicas e de contemporâneos códigos visuais.

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