O Corvo
Malandro
À porta da taberna ficava
E até aprendera a falar
Mas do que o corvo Vicente gostava
Era de ver as senhoras passar

Aqui umas pernas roliças
Ali outras, mais delgadas;
Sem cometer injustiças
A todas dava bicadas

Assim tinha sido ensinado
Pelo dono da taberna
Mas descontente com o seu fado
Decidiu passar-lhe a perna

“Eu que desta cidade
Já fui eleito guardião
Quando protegi da tempestade
O primeiro rei da nação
Agora estou eu destinado
A tornar-me rufião?”
E o corvo disse: “Não”.
E sem dar aviso à casa
Estendeu longa a sua asa
E tomou uma decisão:

“Vou-me embora” – e partiu!
E assim pôs um fim à história
Mas em Lisboa persistiu
Como símbolo da sua glória

Da taberna, nem memória!
Mas ainda há quem comente:
“Lá vai o santo Vicente
Que de santo não tinha nada!
Nem Lisboa, menina e moça
Escapou à sua bicada!"
Ilustrador João Cabaço Texto César Sousa

O Corvo Malandro

“O corvo malandro” é uma peça decorativa criada em homenagem ao símbolo da cidade de Lisboa.

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